sexta-feira, 16 de setembro de 2011

“Inovação é interação. E interação é rede”.

Esta semana os alunos da pós em Mídias Digitais da FAG estavam inspirados na troca de informações sobre as Redes Sociais. Rafael Barzotto, Vitor Pinheiro e Kelly Penteado enviaram links de textos muito bons. O Diogo Biagi deu dica de um programa para converter áudios.

Vou publicar tudo aqui no blog, começando pela entrevista feita pelo Rafael Barzotto com Augusto de Franco, que esteve em Pato Branco participando de um evento. Boa leitura! E, para complementar, deixo como dica este vídeo onde o especialista define o que são as redes sociais.


De Rafael Barzotto
Pato Branco

Durante esta semana, estudantes de programação e empresários do ramo da informática estão participando, em Pato Branco, do Tecsul 2011, um evento que pretende debater a tecnologia e a inovação na região sudoeste do Paraná.

Na noite de abertura do evento, os participantes tiveram a oportunidade de assistir a palestra com o especialista em redes sociais, Augusto de Franco.

O palestrante traçou um panorama entre a diminuição das distâncias em termos sociais e deu detalhes de como os empresários do setor podem utilizar a inteligência coletiva e a convergência de mídias para despertar a inovação em seus negócios.

A rede

Um dos pontos altos do pensamento de Franco sobre as novas redes é que o mundo está cada vez menor em termos sociais, não geográficos. E essa “diminuição” das distâncias entre os habitantes do globo devem ser levadas a sério na hora de pensar em divulgar ou até mesmo viabilizar um projeto, uma idéia ou um novo negócio.

“Toda vez que você tiver múltiplos caminhos, você tem rede. E hoje você pode chegar a qualquer pessoa do mundo através de seis intermediários. E isso está mudando a natureza do que a gente chamava de sociedade”, contextualizou o palestrante.

Franco defende também a ideia de que as redes sociais são muito mais do que as ferramentas conhecidas hoje, como o Orkut, o Facebook e o Twitter. Para ele, estas ferramentas apenas aceleram o processo, mas não são os acusadores do processo.

“A sociedade é que está virando cada vez mais uma rede. Rede é horizontalidade: onde uma pessoa pode chegar a qualquer assunto sem precisar ir a uma instituição fechada e passar por uma liturgia”, filosofou.

Para completar a ideia da velocidade da modificação das redes sociais, Franco explica que além de ter acesso ao conhecimento, o cidadão tem a chance de “polinizar” o conhecimento e combinar o conhecimento encontrado com o de algum conhecido.

A sociedade

Dentro desta nova cultura de compartilhamento, que rege os novos pensamentos sobre mídia, redes, e interação social, é que aparece a máxima de Augusto de Franco: “Inovação é interação: se você não interage, você não pode inovar. E interação é rede”.

Para o palestrante, é possível através desta nova cultura de compartilhamento que projetos sejam viabilizados e ideias saiam do papel sem o apoio de grandes investidores ou grandes cientistas. Franco deu um exemplo concreto da mutação da sociedade, imprescindível para os novos empresários entenderem o sistema de convergência e inovação.

“Você não pode contratar vinte mil cientistas para desenvolver sua ideia. Mas existem vinte mil pessoas no mundo que podem compartilhar sua ideia, ou lhe dar uma ideia melhor. Então, em vez de criar um departamento de inovação na minha empresa, eu posso usar a inteligência da multidão”.

Outra tendência, segundo ele, é a colaboração das pessoas que formam esta inteligência coletiva para a viabilização financeira de um projeto ou ideia. “Em vez de você pedir R$ 200 mil a um investidor, você pode pedir R$ 1,00 a cada pessoa que conhece e quer colaborar com a sua ideia”. A tendência do mercado moderno, conforme Franco, é exatamente esta que passa pela inteligência coletiva.

Convergência

Pensando que o passo evolutivo da sociedade caminha para a inteligência coletiva, é necessário que os cidadãos do mundo, principalmente empresários e estudantes da área de comunicação e software, atentem para o surgimento das chamadas mídias interativas, ou em outras palavras: as redes sociais.

Franco enfatizou que os meios “tradicionais”, como televisão, rádios e jornais, tem um sistema de transmissão que segue o padrão “um para muitos”. E as novas ferramentas midiáticas apostam na transmissão da mensagem (seja ela um conteúdo ou uma propaganda) um para um, ou seja: de pessoa para pessoa.

“Além do conteúdo, essa mensagem de um para um passa confiança. E isso tem um valor totalmente diferente. Muito melhor que você ouvir um negócio falando ou alguém panfletando”, afirmou.